quarta-feira, 20 de março de 2013

O PAPEL DO ESTADO NO CAPITALISMO: ARGENTINA E BRASIL.


O PAPEL DO ESTADO NO CAPITALISMO: ARGENTINA E BRASIL.
Vários autores nos mostram que quando o capitalismo evoluiu para sua fase superior, a dos monopólios, constituindo-se num sistema mundial, as nações foram divididas em dois blocos, um pequeno formado pelas nações mais adiantadas, potências possuidoras de colonias e áreas de influência; e um outro formado pela imensa maioria das nações dominadas, colonias ou semi-colonias. Com a revolução Russa de 1917, o mercado mundial único foi rompido. E principalmente depois da segunda guerra mundial, (espaço vital), com a formação do bloco socialista o capitalismo sofre grande revez com o surgimento do sistema socialista composto pela URSS, CHINA, COREA, e Republicas populares do leste europeu. O mundo então ficou dividido em dois sistemas: socialismo e capitalismo. Com a restauração capitalista na URSS em 1956, (ano em que eu nasci) e paulatinamente nos países de leste europeu, China, Vietnã e Cuba desde 1976, o mercado mundial único foi restabelecido, só que na forma de bipolarização entre dois impérios, USA e URSS. Nos anos 1990, com o desmoronamento da URSS o USA converteu-se em superpotência hegemônica agrupando INGLATERRA, FRANÇA, ALEMANHA, ITALIA, CANADÁ, JAPÃO e RUSSIA e por ultimo incluindo a CHINA, passando de G8 a G9 compondo o punhado de nações opressoras da imensa maioria de nações espoliadas sob a forma de semi-colonias.
A dinâmica do mercado global é de conluio entre as nações opressoras para aumentar a extorsão sobre as nações oprimidas e conjurar toda tentativa de libertação mantendo-as como mercado cativo e repartilha de fornecedores de matéria-prima essencial para o fabrico de mercadorias em massa. Notamos assim que a reestruturação do estado não muda seu carácter. No período do colonialismo inglês, que buscava a todo o custo impedir a industrialização das semi-colonias: veja o caso do Paraguai por exemplo.
Após a primeira guerra mundial o colonialismo inglês entra em decadência, cedendo o lugar cada vez mais para o USA, culminando no pós segunda guerra mundial com a escassez de matéria-prima o que força os Estados Unidos a inverter o jogo transferindo fábricas para as semi-colonias. Para dinamisar o processo de industrialização, tanto o estado brasileiro quanto o argentino teve que bancar com financiamento público social não só as montadoras mais também as industrias complementares como as autopeças com pesados incentivos fiscais. Para atingir tais objetivos o estado brasileiro teve ainda que investir em infra-estrutura como portos estradas para escoar a produção antes da formação consistente de um mercado interno. Essas mudanças impulsionados pelos EUA foi precedida pela ascensão do estado burocrático que no Brasil foi representado pelo movimento liberal de 1930 com VARGAS e na Argentina com PERON. De lá para cá essas duas facções mantiveram a hegemonia do estado, mas definida pelos interesses externos que o voto popular livre do eleitorado, pois o financiamento das eleições eram feitos por bancos transnacionais compartilhado pelas grandes empresas, algumas vezes sob influencia direta do departamento de estado americano.
Os golpes militares nos dois países foram expressões dessas disputas de gerenciamento dessa dependência e os governantes se convertendo em simples gerentes de plantão. Menem na Argentina e Collor e Cardoso no Brasil expressaram essa predominância da burguesia compradora fora da hegemonia estatal que era uma tentativa de proteger o mercado interno para os produtores internos.
Getulio , Juscelino, o regime militar e Sarney no Brasil, Peron, Evita, Izabelita e os KIRTNERS na argentina foram expressões da burguesia burocrática no poder. Luis Inácio só pôde triunfar eleitoralmente com o concurso da grande burguesia burocrática, consumada na chapa de José Alencar industrial mineiro expressa na “CARTA AO POVO BRASILEIRO”, vinha assim recobrar a hegemonia perdida com a eleição de Collor e Cardoso, logo assim com o gerenciamento de LULA transformou-se em arena de contendas entre duas facções, a burguesia econômica e a grande massa dos trabalhadores. Já com Dilma Rousseff essa contenda aprofundou-se combinando com “políticas compensatórias” com seu manejo neo-populista com o avanço das politicas capitalistas de interesse dos EUA principalmente em São Paulo, encoberto por um demagógico discurso desenvolvimentista, enquanto no geral o gerenciamento petista tem sido chave para a dominação capitalista transitar o turbulento período de sua crise geral.
O que importa é que certas reestruturações do estado expressa nos ciclos de crises políticas desses países, ou superficiais reorientações de gerenciamento não muda seu caráter de classe. No passado recente ou atualidade, os dois países foram e são serviçais do capitalismo burocrático que continua dominando. Nesse quadro de servilismo do estado, importa muito pouco o fato de a propriedade das empresas, estar nas mãos de monopólios privados ou estatais. A DERRAMA acontece de um jeito ou de outro. Pode acontecer ainda que com a crise geral do capitalismo entre as nações dominadoras, se agravando o gerenciamento das semi-colonias, façam um certo jogo para obter vantagens de uma ou outra nação capitalista dominante. Hoje por exemplo com o aumento da influencia da CHINA sobre todos os continente alguns gerentes (governos), podem sentirem-se animados a trocarem de AMO, como se a subjugação nacional por um fosse diversa da de outro. Esse jogo já aconteceu com o bloco de “Países não Alinhados”, na época da chamada guerra fria entre USA e URSS dois impérios capitalistas na verdade, um de estado outro privado.

SÓ A REVOLUÇÃO MUDA O CARÁTER DO ESTADO
as experiencias vividas por Chile, Brasil, Argentina e outros países de outros continentes do mundo, mostram muito bem que as iniciativas pseudo reformistas, como vemos com DILMA e CRISTINA longe de alterar o caráter do estado só o reforça, inclusive a habilidade de enganar as massas quanto aos objetivos presentes e futuros.
O reformismo como uma das expressões da burguesia burocrática frente a dominação do capitalismo e monopólios está historicamente condenadas ao fracasso e está confirmado na experiencia histórica mundial. Aos que lutam por transformações profundas para seus países, é necessário compreender que na época do imperialismo, só a revolução dirigida pela classe operária, representada por seu autêntico partido e apoiada na frente única formada pela aliança operária-camponesa com a pequena e média burguesia, pode romper a dominação e destruir o velho e apodrecido estado de grandes burgueses e latifundiários. Dar guerra sem quartel aos opressores da nação e seus lacaios locais ou internacionais, através de permanente mobilização das massas populares, para construir uma nova democracia sob as cinzas do semi-colonialismo e isso se faz primeiro com educação. Assim culminar a formação nacional independente de dominação, abrindo caminho para um socialismo de verdade, uma sociedade verdadeiramente democrática e socialmente justa.

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